terça-feira, 5 de junho de 2012

Crítica

Pão e circo contemporâneo

Só há duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana’, disse Albert Einstein. Eu discordo completamente! Perto da estupidez humana atual, o universo está muito mais “finito”. Enquanto a música Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha domina as paradas do país, chegamos a dados alarmantes na cultura: segundo o Ibope, o brasileiro lê, em média, 4,1 livros por ano! Além de ser um número muito baixo, enquanto acreditávamos estar crescendo na educação, aqui vai outro dado: em 2007, líamos quase cinco livros por ano.

Enquanto isso, no esporte, o ídolo atual do futebol, Neymar, que devia dar o exemplo, está lá fazendo que se concretize toda esta “aculturação” do brasileiro. Para quem já teve Sócrates, idealizador da democracia corintiana, Casagrande, Falcão, isto soa como uma heresia! As pessoas se espelham nos ídolos, e então chegamos à terrível constatação de que a próxima geração terá menos saber que esta!

O que devemos esperar de quem se espelha no Neymar, ou no João Lucas e Marcelo? Que fique claro que Neymar é um grande ídolo, dentro de campo! Podia fazer seu papel fora de campo, também, não?

O mesmo serve para o cinema, parece que a evolução tecnológica não foi acompanhada por uma evolução dos diretores, pelo contrário! Charles Chaplin, gênio do cinema e da comédia, conseguia conciliar histórias acessíveis ao público com mensagens comoventes. Agora, parece que os diretores de Hollywood esqueceram da parte da “mensagem” e estão buscando apenas superproduções de histórias de quadrinhos e comédias românticas cada vez mais repetitivas. Ora, o cinema tem que passar diversão ao seu público, com certeza, mas também é uma arte, e uma arte deve ter alguma mensagem!

O ópio já foi proibido há muito tempo, mas parece que está mais forte do que nunca! Só assim para explicar a falta de senso crítico que se encontra a população, que hoje, mais do que nunca, busca a diversão – sim, isso deve ser buscado, mas não deve ser só isso! A felicidade deve ser acompanhada da intensa busca do saber. Pode ser que poucas pessoas pensem assim, mas eu não me acho completo sem o mesmo. Falando nisso, você lembra da última vez que foi ao teatro ou leu um livro?


Por Lorenzo Fioreze, estudante.

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