quinta-feira, 8 de março de 2012

Crítica

Prezado(a) companheiro(a) do Debate, acompanhe a critica publicada no Jornal Diário de Santa Maria, no Dia Internacional da Mulher:

 

Luta pela igualdade

O aspecto mais importante a considerar neste 8 de Março, quando é celebrado mais um Dia Internacional da Mulher, é que a luta por avanços sob o ponto de vista social, sexual, político e econômico deixa cada vez mais de ser apenas delas no mundo ocidental. A cada dia, um número crescente de homens vem superando barreiras impostas por uma cultura machista e alinhando-se à causa dos direitos iguais. Ainda assim, a própria relevância atribuída à data e o fato de continuar havendo uma necessidade constante de mais e mais leis com o objetivo de assegurar direitos femininos, que, mesmo assim, não se confirmam na prática, mostram não haver motivos só para comemorações, mas também para a continuidade da busca de outras conquistas e de seu aperfeiçoamento.

Agora mesmo, em plena segunda década do século 21, a Comissão de Direitos Humanos do Senado avalizou projeto que, se transformado em lei, vai consagrar no papel a igualdade salarial entre os gêneros no exercício de idêntica função. De certa forma, esse sonho, até hoje não concretizado, já movia algumas das precursoras da causa feminina ainda no século 19, primeiro pelo direito a voto, depois por causas múltiplas de interesse individual ou coletivo: o acesso à escola e a serviços públicos de saúde, a disputa pelo mercado de trabalho em condições mais equânimes, o ingresso nas Forças Armadas, a liberdade para disporem de seu corpo, a necessidade de deixarem de ser vistas de forma estigmatizada pela imposição de padrões conservadores.

Muitas destas bandeiras já perderam o sentido há algum tempo, mas outras ainda persistem de forma inadmissível. Uma das mais recentes conquistas nesse âmbito em anos recentes, a chamada Lei Maria da Penha reduziu significativamente a impunidade nos casos de agressões de parceiros contras as mulheres. Mesmo com toda a estrutura de apoio montada a partir dela, porém, não foi capaz de pôr fim a esse tipo de abuso. A prostituição infantil, mais comum nos casos de meninas, o aliciamento de mulheres e o trabalho escravo são outras deformações que persistem. De alguma forma, esse legado acaba se equivalendo às atrocidades impostas ao sexo feminino em um elevado número de países, por razões religiosas ou culturais. Nos últimos dias, por exemplo, universitárias têm ocupado banheiros masculinos em grandes cidades da China reivindicando a construção de locais públicos para as mulheres.

Mesmo no mundo ocidental, onde há um número cada vez maior de representantes do sexo feminino chegando até mesmo à presidência da República, o número de mulheres em postos-chave na política e nas corporações segue insignificante. No mundo ocidental e no oriental, há muito mais padrões de ordem física impostos às mulheres do que aos homens. A causa feminina, portanto, acumula ganhos, ainda que num ritmo lento, mas, enquanto um dia especificamente dedicado à mulher continuar com a importância de hoje, será sinal de que nem todos os avanços possíveis foram assegurados.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,3688038,19147

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