segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Crise ambiental ou humana?


Crise ambiental ou humana?


Atualmente, muito se discute sobre a crise ambiental na sociedade de risco, em que o modelo de desenvolvimento adotado é a própria raiz da crise. Esta ocasionou a degradação ambiental e o medo na sociedade, tendo em vista de que não se sabe exatamente quais os riscos e as suas consequências. A exploração irracional dos recursos naturais pelo homem desencadeou uma série de eventos negativos de proporções globais, em que a própria vida do planeta se coloca em risco.

O cuidado com o meio ambiente ultrapassa fronteiras e gerações, e a urgente chamada à vida requer o “dever” de atuação da presente geração para resguardar o “direito” à vida das futuras gerações. Desse modo, podemos nos questionar, será que a crise ambiental não é na verdade uma crise humana?

De fato, o próprio homem se colocou na situação de crise ambiental e sociedade de risco, pois, com a industrialização e, posteriormente, com a globalização, as economias capitalistas colaboraram na medida em que a irracionalidade das explorações sobre a natureza não mediram as possíveis consequências ao meio ambiente e às gerações posteriores. Realmente valeu a pena tal progresso? É esse modelo de desenvolvimento que queremos?

A lógica do sistema é a sociedade de mercado e a cultura do consumismo a qualquer modo e custo, em que se faz necessária a mudança para um consumo sustentável. E essa mudança é um dos maiores desafios, pois se tem a necessidade de rever padrões de produção, consumo e serviços, em compasso das necessidades humanas, sobretudo, individuais.

O modelo capitalista irracional de exploração e apropriação dos recursos naturais não apenas ameaçou o direito à vida, mas também desestruturou – e até mesmo extinguiu – a identidade cultural de muitos povos, com a modificação do meio natural e a imposição de novos valores. Também desencadeou a miséria, a desigualdade social, a concentração de renda e a própria violação aos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.

É triste enxergar uma natureza já não tão colorida como antes. A crise ambiental de hoje é forte suficientemente para destruir o meio ambiente e, desse modo, o futuro não pode ser a continuação do passado. Requer-se uma conscientização de todos para minimizar os efeitos da devastação e obter um meio ambiente ecologicamente sadio e equilibrado.

É necessário estabelecer uma ética econômica e ambiental, com um sistema de valores oportunizando limitações a fim de conciliar o desenvolvimento econômico com o uso equilibrado e racional dos elementos disponíveis na natureza, para equilibrar cidadania, proteção ao ambiente e a promoção da dignidade humana.


Por Denise Silva Nunes, 04/11/2009 | N° 2335 ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL DIÁRIO DE SANTA MARIA
http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,2706074,13452







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